Eli Pariser colocou o dedo na ferida. O vídeo dele no TED circulou e fez sucesso. Além de uma matéria de 4 páginas na Info 305. O que ele está denunciando, ou inaugurando, é um novo debate político:
Precisamos abrir a discussão democrática dos algoritmos.
Antes da internet, os jornais tinham um código de ética, ou tentavam ter. Filtravam humanamente o mundo para nós. Um editor decidia o que íamos ler, ver e ouvir no jornal, no rádio e na tevê. Vivíamos numa bolha da mídia de massa. E era ela que nos enredava de realidade. Agora, a internet veio com uma promessa muito badalada, mas impossível: sermos livres! Não vai haver essa liberdade ampla, geral e irrestrita, por um motivo simples: precisamos de filtros para nos orientar na vida, temos limitações enquanto espécie animal social. Nossa vida – cada vez mais corrida – precisa de alguém (seja gente ou seja máquina) que nos facilite a filtragem da informação. Ou seja, ser gente é ser filtrado. Ponto final! O que temos que discutir agora é como será feito isso. E qual é o grau de interferência que as pessoas terão para controlar esses filtros mecânicos, via algoritmo.
O Facebook, o Google, o Google+ - todos estão, de alguma forma, selecionando aquilo que devemos (ou podemos ver). Acredito que a Web 3.0 será a nossa capacidade de termos um assistente digital, que vai discutir conosco essa personalização, que é feita hoje em massa, dialogar com os algoritmos dos sites que acessamos e nos filtrar de forma mais interativa. Nós teremos mais opções de escolha. Vamos definir em que grau queremos mesmice e em que grau queremos novidades. A preocupação é válida e é em torno dos algoritmos que o debate político se dará no futuro, já que tudo – cada vez mais – será plataforma digital, que regularão nossas vidas.
origem: http://imasters.com.br/artigo/21776/tend...-dos-algoritmos
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